Resolvi jantar sozinho, pois o dia havia sido agitado de conversas e trocas de ideias, que sentar acompanhado de um bom livro em um restaurante de frente para o mar, pareceu um prazer estético extasiante.
A vista para o mar propicia diversas possibilidades de observação, desde vendedores ambulantes, trabalhadores retornando pra casa, até diferentes tamanhos de família buscando sua opção de refeição.
Já estava no final de meu apreciado jantar quanto o ocorrido sucedeu.
A garota andava sozinha pelo calçadão iluminado, e então se dirigiu até à praia.
Devido à companhia do anoitecer, a praia se encontrava mais à sombra.
Cuidadosamente ela tirou suas sandálias rasteiras, segurando com a mão esquerda, a mesma que também segurava seu celular.
Caminhou sozinha até a beira da praia, onde o deslizar das ondas molhavam seus pés.
Começou a mexer no seu celular. Na verdade, escolhia uma música.
Feita a escolha, aproximou o celular dos ouvidos, e começou a dançar.
Pés molhados, cabeça a chacoalhar no embalo do ritmo escolhido.
Puro despojo, um momento pessoal de deleite.
Escolheu que seria feliz, naquela hora, com sua música, se soltar, curtir, resumidamente, VIVER.
Terminada sua música, deu às costas para o mar, voltou ao calçadão, calçou as sandálias nos pés ainda molhados, e seguiu seu caminho.
Apenas com uma diferença em relação a todos que passavam por ali, tinha decidido realmente ser feliz.
E você, porque também não toma decisões de felicidade?
Vitor Caruso Jr em Janeiro de 2015