Penso que pouco se sabe sobre a profundidade das possibilidades do Yoga.
Muitos ainda interpretam como a arte dos faquires, que deitam em camas de pregos, e outros se prendem à interpretação mais moderna, de posturas flexíveis em capas de revistas, ou em fotos nas redes sociais.
No desenvolvimento do curso de Yogaterapia, vejo estas confusões se ampliarem ainda mais.
Mas o agregar da palavra terapia é proposital, e tem a intenção de reduzir a confusão já criada sobre o tema.
Yoga Chiktsa é o termo em sânscrito que traz esta noção, e também é intencionalmente o nome dado à prática da primeira séria do Ashtanga Vinyasa Yoga, metodologia de prática construída por Krisnamacharya e seu aluno, Pattabhi Jois. A tradição se solidificou muito com base na vivência, e experiência, de 16 anos de estudo de Pattabhi Jois, como aluno dedicado, até então.
Minha experiência em Yoga se iniciou através de muita prática que tive que realizar para a cura de um câncer. Cura que se realizou de forma extraordinária no reduzido tempo de realização da cura. Por afinidade, me aproximei do Professor Hermógenes, que havia caminhado muito neste saber, também pela prática pessoal de cura, no caso dele, tuberculose. Tivemos afinidade rápida, que se tornou amizade, e mais de dez anos de trabalho juntos. Ele, o precursor da Yogaterapia no Brasil.
Quando estive em contato com Georg Feuerstein, um dos maiores pesquisadores do yoga na modernidade (Conheça seu livro “A Tradição do Yoga”), ele estava a formar a Associação Internacional de Yogaterapia, e quando trocamos ideia, e passei-lhe minha experiência, fui prontamente aceito na Associação.
A experiência foi o fator que servia de base para sua análise.
E com este critério, de um dos maiores pesquisadores do mundo, é que procuro orientar passos sólidos na caminhada da Yogaterapia.
Nestes mais de 13 anos que tenho no trabalho com Yogaterapia, além de auxiliar na cura de tumores de alguns alunos, reformulei hábitos alimentares, libertei pressos de pânico e depressão, tornei a vida pessoal e familiar de muitos mais saudável, reconstruí relações amorosas, além de inúmeros problemas físicos e posturais, dores reumáticas, por esforço repetitivo, inflamatórias, e outras situações mais. Até o caso de um bebê que auxiliei na manutenção da gravidez que o gerou, quando os médicos estavam desacreditados devido aos tumores da mãe.
Muito estudo auxiliou estes resultados, mas o principal fator é a experiência, a vivência pessoal. A dieta, o estilo de vida, a prática que ensino, são exatamente as práticas que vivencio, o modelo de vida que me acompanha e me nutre.
Muitos me perguntam sobre o fato de fazer o curso de Yogaterapia habilita a pessoa a dar aulas de Yoga.
Minha resposta nunca é direta, pois esta necessidade de dar aulas não é tão presente nos cursos de dança, pintura, artes marciais ou informática, para citar alguns exemplos.
Você consegue imaginar alguém antes de começar um curso de Excel, perguntar, se ao término do curso poderá ministrar aulas de Excel? Seria uma situação inusitada, curiosa.
Pois no Yoga é comum, a pessoa que mal conhece o Yoga, estar interessado em dar aulas de Yoga ao término de qualquer curso.
Também me perguntam sobre o conteúdo detalhado do curso. Presos a um modelo antigo de ensino, sem preocupação com a vivência. Hoje, na Europa, o “Phenomenon Learning” já é tendência comum. Muito mais do que decorar conteúdos e matérias, desenvolver conteúdo a partir da própria vivência e transformação é minha metodologia de ensino.
Como citei acima, minha resposta tem seguido o mesmo padrão de Feuerstein, e porque não, Hermógenes e Krishnamacharya também. Qualquer pessoa está apta a ensinar aquilo que pratica, vive e conhece. O que dá autorização a esta pessoa é a sua própria prática, vida e conhecimento.
Lino Miele, meu professor de Ashtanga Yoga, e único aluno a escrever sobre o método em conjunto com Pattabhi Jois, também me repassa a mesma forma de pensar, mais do que um certificado, ele valida a vivência que tenho da prática, e isto que dá a confiança na relação aluno-professor que temos.
Dar aulas de yoga pode ser seguir um simples roteiro de posturas e expressões, mas não acho isso verdadeiro e autêntico. Mas quando um professor repassa sua vivência, repassa aquilo que pratica e acredita. Aí sim, temos algo que certifica de verdade aquele que ensina.
Por Vitor Caruso Jr em Janeiro de 2016
Mais sobre
Lino Miele www.linomiele.com
Phenomenon Learning http://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2015/12/06/por-que-a-finlandia-esta-mudando-o-melhor-sistema-de-educacao-do-mundo.htm
Certificação em Yogaterapia www.cienciameditativa.com
Interessante o artigo. Comecei a praticar yoga na esperança de ficar curada das dores que sinto na coluna mas não vi nenhum resultado.Acredito que no meu caso fosse melhor a yogaterapia.Tem diferença entre as aulas de yoga e a yogaterapia?Moro no Rio e gostaria de ter uma indicação de um bom terapeuta. Grata namaste
Com certeza a prática do yoga bem ensinada lhe daria os frutos desejados. Procure um bom e renomado professor de Yoga no Rio de Janeiro, ou o nosso curso de yogaterapia.