A relação entre o que comemos e o câncer foi uma das primeiras informações que me surpreenderam no meu processo de tratamento do câncer que tive.
Ao pesquisar as relações entre os alimentos que melhoravam a saúde de pacientes com tumores, e também os padrões alimentares que demonstravam menor correlação com a doença fiquei impressionado.
Uma boa parte dos alimentos fornecidos pela indústria alimentícia, e consumido pela maioria da população tem em sua composição ingredientes relacionados a desenvolvimentos de tumores, principalmente, carnes, açúcar, cafeína e álcool.
É uma alegria, e ao mesmo tempo curioso, que só agora, mais de 6 anos depois da publicação da primeira edição de meu livro “Com Qualquer Um de Nós” é que são popularizadas pesquisas sobre este assunto, como esta reportagem do site UOL de 13/05/2009.
Quero ressaltar também, neste texto abaixo do UOL, que acredito ser valioso e interessante, além da prática de atividade física moderada como caminhar, é o IMC (Índice de Massa Calórica) indicado como mais saudável, na faixa de 21 e 23, que seria o nível mais baixo aceito pela OMS (Organização Mundial de Saúde), porém em concordância com o apresentado e defendido pelos praticantes da Restrição Calórica (e Nutrição Excelente), que sugerem um IMC entre 19 e 23.
Ou seja, a Teoria da Longevidade, que se baseia em dietas de controle calórico, parecem mais uma vez estarem certas.
Um terço dos principais tipos de câncer pode ser evitado com alimentação adequada
Quando se fala em câncer, as pessoas logo pensam em palavras de conotação negativa, como dor, medo e desespero. A doença é associada, também, ao uso do tabaco e à exposição solar. Mas pouca gente se lembra que a alimentação exerce um papel importante: cerca de 30% dos principais tipos de tumor que acometem os brasileiros poderiam ser evitados com dieta adequada, peso saudável e atividade física.
O câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil (a primeira são as doenças cardiovasculares). Só em 2008, 130 mil pessoas morreram por causa da doença e mais de 460 mil novos casos foram registrados, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
“As pessoas já associam alimentação a doenças cardiovasculares, mas ainda não existe essa relação com o câncer”, afirma Fábio da Silva Gomes, nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e analista de programas para controle do câncer do Inca. Para ele, é só questão de tempo para que essa percepção mude.
“As evidências científicas que relacionam alimentos e câncer são algo recente, de 20, 30 anos, por isso ainda levará algum tempo até que sejam reconhecidas pela população e pela própria comunidade médica”, comentou o especialista em evento sobre os mitos do câncer promovido pela American Cancer Society (Sociedade Americana para o Câncer), nesta quarta-feira (13), em São Paulo.
Periodicamente, o Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer, junto com o Instituto Americano para Pesquisa em Câncer, publica um relatório com a revisão de especialistas sobre os estudos que comprovam a influência da alimentação e da atividade física no desenvolvimento de tumores. Veja quais as recomendações para prevenção do câncer:
– Mantenha o peso dentro dos limites normais (IMC entre 21 e 23, para adultos), especialmente a partir dos 21 anos de idade, e evite ganhos na circunferência da cintura ao longo dos anos. O excesso de gordura estimula a produção de certos hormônios e processos inflamatórios.
– Seja fisicamente ativo. Segundo o relatório, isso significa o equivalente a uma caminhada acelerada de no mínimo 30 minutos por dia, que deve ser aumentada progressivamente para 60 minutos.
– Limite o consumo de alimentos com alta densidade energética (como biscoitos e fast food) e bebidas açucaradas, pois eles contribuem para o ganho de peso, o que aumenta o risco de câncer.
– Consuma pelo menos cinco porções, ou 400 g diárias, de frutas e hortaliças sem amido (ou seja, batata, mandioca e outros tubérculos não estão na lista). Segundo Gomes, esses alimentos oferecem proteção contra agentes cancerígenos, além de inibir o crescimento de células precursoras de câncer.
A recomendação é caprichar nas cores e incluir produtos à base de tomates e bulbos como o alho. Sobre o risco do consumo de pesticidas, o especialista é enfático: “É melhor consumir vegetais com agrotóxicos do que não consumir”, diz.
– Limite o consumo de carne vermelha (menos de 500 g por semana) e evite carnes processadas ou salgadas. Os nitritos e nitratos usados em processos como a defumação geram compostos que podem ter ação carcinogênica, assim como o excesso de sal pode gerar danos às mucosas. O nutricionista também comenta que o preparo das carnes “na chapa” também pode levar à liberação de alcatrão e outros componentes que aumentam o risco de câncer. Por isso, limite o consumo de churrasco e dê preferência às carnes assadas ou cozidas.
– Limite o consumo de bebida alcoólica. O consumo máximo deve ser de dois drinques (cada porção contém cerca de 10-15g de etanol) para os homens e um para as mulheres ao dia.
– Tome cuidado com a conservação de grãos e cereais. Quando não são armazenados adequadamente, esses alimentos podem gerar o crescimento de fungos que produzem aflatoxinas, substâncias que podem causar câncer de fígado.
Gomes lembra que o uso de suplementos nutricionais para prevenir ou combater o câncer não são recomendados. “Toda vez que os pesquisadores identificam um componente em determinado alimento que parece proteger contra o câncer, a indústria logo o transforma em suplemento e isso pode resultar no efeito contrário”, alerta, referindo-se a experiências mal-sucedidas com betacaroteno e capsaicina (componente da pimenta), que podem trazer riscos à saúde quando consumidos em forma de comprimidos.
O relatório do Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer esclarece, no entanto, que o uso de suplementos é indicado em situações de inadequação alimentar
ALIMENTAÇÃO, ATIVIDADE FÍSICA E PESO ADEQUADO PREVINEM TUMORES
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